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Escultura Gótica

quinta-feira, 6 de maio de 2010.



As principais características da escultura gótica são a tendência ao naturalismo e a busca da beleza ideal. Em oposição à rigidez e abstração próprias do românico, os escultores góticos pretenderam imitar a natureza e tanto reproduziram pequenos detalhes vegetais como figuras dotadas de certo movimento e expressividade.
Escultura Gótica

O tipo de religiosidade havia mudado em relação ao da alta Idade Média, e estabeleceu-se uma relação mais direta com a divindade. Ante o todo-poderoso Deus românico, o gótico centrou-se nas figuras de Cristo e da Virgem; ante o hieratismo anterior daquele estilo, buscou a humanidade das figuras divinas.

Nos pórticos das catedrais narravam-se em escultura, com clara finalidade didática, os principais temas religiosos, como a vida de Cristo e da Virgem, a Ressurreição e o Juízo Final, e até alguns profanos, como as estações do ano ou o zodíaco. No fim do gótico, a escultura em relevo acabou por invadir completamente as fachadas. Paralelamente a estas, o relevo se desenvolveu em retábulos, monumentos funerários e bancadas de coros, lugares em que, às vezes, se chegou a empregar a madeira. A escultura em redondo teve desenvolvimento menor e em geral se dedicou à imagem de culto.

Durante a evolução do gótico, a escultura exterior foi-se libertando do limite arquitetônico para adquirir volume e movimento próprios. Muitas vezes as figuras se relacionavam entre si e expressavam sentimentos. Os panejamentos foram ganhando mobilidade e, em muitos casos, deixaram intuir a anatomia, representada cada vez melhor. Depois de um período de grande expressividade, a escultura gótica evoluiu, na fase final, para um patetismo excessivo.
Poço de Moisés
Durante o século XIV verificou-se um alongamento das formas e a escultura pôde então separar-se do limite arquitetônico. No fim desse mesmo século criou-se em Dijon, na corte dos duques de Borgonha, uma brilhante oficina escultórica, onde trabalhou Claus Sluter, autor do "Poço de Moisés" e do sepulcro de Filipe II o Audaz.

Na Itália verificou-se um abandono progressivo da estética bizantina dominante, graças à chegada do gótico francês e à influência da escultura clássica. Os melhores representantes foram Nicola Pisano, com o púlpito do batistério de Pisa; Andrea Pisano, que fez a primeira porta do batistério de Florença; e Arnolfo di Cambio.
Catedral de Pamplona
No século XIV, a escultura exterior das catedrais tornou-se mais minuciosa, por influência das obras em marfim e da arte mudéjar. Datam dessa época a Porta do Relógio da catedral de Toledo, o portal da igreja de Santa Maria de Vitória e a Porta Preciosa da catedral de Pamplona. O conjunto mais importante da escultura gótica do século XIV está na Catalunha e é formado por sepulcros e retábulos de clara influência italiana, como o túmulo de D. João de Aragão.

No século XV a influência da Borgonha e de Flandres tornou-se dominante e muitos mestres dessas nacionalidades chegaram à península ibérica. Em Castela destacaram-se os trabalhos de Simão de Colônia (São Paulo de Valladolid), Egas Cueman (portal dos Leões da catedral de Toledo), Juan Guas (San Juan de los Reyes de Toledo) e Gil de Siloé (sepulcros de João II e Isabel de Portugal na cartuxa de Miraflores). Em Sevilha, a influência flamenga mostra-se na obra de Lorenzo Mercadante, autor do sepulcro do cardeal Cervantes. Em Aragão, a estética borgonhesa se fez sentir na obra de Guillermo Sagrera.

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