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Pintura Gótica

quinta-feira, 6 de maio de 2010.



A pintura não assume um papel de destaque logo desde o início do desenvolvimento do estilo. Só mais tarde, entre 1300 e 1350, a pintura tem o seu apogeu como expressão independente da arquitetura e, ao contrário desta, surge em Itália difundindo-se para norte só a partir de 1400.
A presença da figura humana extremamente estilizada, o plano bidimensional é a principal característica do estilo.


Vitrais
VitralDe início a pintura surge como elemento de auxílio à estruturação da catedral numa das expressões de maior peso simbólico, o vitral. Este método, de unir pedaços de vidro colorido através de chumbo, foi o que melhor se adaptou à necessidade narrativa do interior da catedral gótica. Desenvolvendo-se bruscamente com as inovações técnicas de distribuição de peso da abóbadas, que permitiam a criação de grandes lances de entrada de luz, esta evolução desafia os mestres-vidreiros obrigando-os a um projeto metodicamente planeado,distanciando-se progressivamente da influência românica e assumindo um estilo pictórico próprio a partir de 1200 e com apogeu até 1250. No entanto a formulação pictórica vai permanecer associada à escultura no sentido em que as figuras são como estátuas projetadas numa superfície plana. O vitral assume um forte caráter abstrato sem efeito tridimensional, profundamente geométrico onde os únicos pormenores permitidos são as delineações a negro dos olhos, cabelos e pregas das roupas.

Iluminura 
IluminuraApós o apogeu do vitral a iluminura de manuscritos volta a assumir o papel principal na representação pictórica que vinha já desde o românico, mas no seu repertório formal passam-se a encontrar referências à arquitetura que até aqui eram muito limitadas. Por um lado as figuras estão integradas num ambiente arquitetônico de fundo onde são evidentes os traços do gótico, por outro lado as figuras exibem um tratamento volumétrico com as mesmas expressões graciosas e posições sinuosas da decoração escultórica da catedral. Mas mesmo neste enquadramento arquitetônico a profundidade e a perspectiva são ainda muito básicos, em grande parte pela contribuição dos contornos a negro das figuras que fazem lembrar as uniões num vitral e que as remetem para um plano bidimensional. Esta adaptação dos elementos do gótico dever-se-á em grande parte à transposição da produção da iluminura dos mosteiros para as oficinas dos centros urbanos onde o gótico habita. Na última metade do século XIV a influência dos mestres italianos no norte europeu é forte e a iluminura ganha uma estrutura espacial mais harmoniosa.


Drôleries 
Estas drôleries designam um tipo próprio de manuscrito ilustrado típico do gótico setentrional e que acaba por se alastrar a outras regiões. Nesta tipologia as composições adquirem uma liberdade quase ilimitada reunindo o humor grotesco com o fantástico e cenas do quotidiano analisadas ao mais ínfimo detalhe.


Mestres italianos 
GiotoA Itália representa uma região com características muito próprias do estilo gótico. A influência bizantina, também denominada por maniera greca, de pintura afresco e sobre madeira, vai estar enraizada até aos finais do século XIII quando a pintura gótica se começa a desenvolver. Neste momento a pintura apresenta uma escala monumental e majestosa, uma forte dramatização dos personagens inseridos em planos de pouca profundidade e perspectiva distorcida. Os temas religiosos dominam e os tons dourados e vermelhos vão ajudar à associação de importância e santidade das personagens bíblicas.
Neste campo Giotto é o expoente da audácia e originalidade estabelecendo pela primeira vez um relação física entre a pintura e o espectador.

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